quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Memorial do Professor...

A escolha pela profissão: PROFESSORA, já estava bem definida desde os meus primeiros anos de idade...
Aprendi a ler e escrever antes de iniciar a 1ª série... O lugar onde moro, naquela época, não existia o pré-escolar, então, minha querida mãe, despertou em mim o desejo de conhecer o mundo das letras.
Durante as séries iniciais (multidisciplinar), auxiliava a professora regente, que sempre solicitava para eu passar as atividades no quadro... Minha letra ia se transformando na famosa: "Letra de professora".
No ensino fundamental, me senti no total anonimato dentro do ambiente escolar, não existia um professor que tentasse evidenciar algum talento meu, caso possuísse... Enfim, me sentia apenas um número... A partir disso, não falava mais em ser professora, mas também não sabia o que queria ser...
Já no ensino médio, as coisas mudaram um pouco... As aulas de Língua Portuguesa me interessavam muito... Tive uma professora muito querida, que por mais que a aula fosse, na maioria das vezes, expositiva, eu me sentia bem e sempre aprendia algo... Nos teatros sempre nos empenhávamos muito, nas redações então, todos atentos para ouvir!
Em meu grupo de amigos, a maioria já era professor, então sempre ouvia discursos de educação e me encantava com aquilo... Então, descobri que realmente o que queria!
Quando terminei o ensino médio, tinha definido fazer o curso de LETRAS, mas quase nunca abria nova turma na UNERJ, como não tinha muita paciência para esperar, prestei vestibular para psicologia, mas para atuar na área da educação, mas não passei...
Para não ficar muito tempo parada, depois resolvi prestar vestibular para pedagogia, passei e consegui cursar apenas 1 semestre! LETRAS pulsava de uma maneira muito forte em mim...
Até que enfim consegui fazer o vestibular para LETRAS e passei!
Enquanto cursava a faculdade, não tive boas oportunidades para dar aula, trabalhava em empresa, lugares que me fizeram bem e mal ao mesmo tempo... O lado bom é que realmente eu sabia que em empresas eu não seria feliz!
Fiquei desempregada por um tempo, fiquei na situação que tinha de aceitar o que viesse, pois tinha que pagar a faculdade... Fui substituir um professor em uma escola X... E tive a PIOR experiência da minha vida!!! Sai correndo da escola antes que um aluno me apontasse um canivete ou algo assim...
Voltei para a área administrativa, junto com o emprego vieram: a infelicidade, depressão, stress, cansaço, enfim... Tudo de ruim...
Em contrapartida, a faculdade estava me fazendo muito bem... Os professores eram grandes cativantes da arte de ensinar. Fui pegando gosto pela coisa e enfim, cheguei ao estágio... Pensei que fosse enlouquecer de tanta coisa que precisava preparar, pensar, fazer... Mas dei conta... Tenho até hoje as avaliações das minhas “cobaias”, eles adoraram meu método e isso me impulsionou a continuar e seguir minha vocação.
Minha formatura foi perfeita, e no juramento, tive a certeza que queria exercer tudo aquilo que estava prometendo a mim mesma. Foi então que em 2008 larguei tudo e assumi 30h de Língua Portuguesa na rede estadual. Agradeço muito a Deus por ter me dado a coragem para sair daquela “zona de conforto” e encarar o grande desafio.
Foi o melhor ano da minha vida até hoje se tratando da área profissional. Ver os alunos gostando de ler, escrever, se comunicar, pra mim era uma vitória. Acredito que de certa forma, eu mudei a postura de muitos deles!
Hoje, estou na educação por amor! Acordo todos os dias pensando no grande desafio que tenho pela frente, que eu tenho que fazer a diferença na vida de cada um em particular. Acredito fortemente que a mudança da humanidade se dará pela educação.
Nós professores, temos uma missão muito bonita... Ensinar! Não apenas conhecimento específico de nossa área, mas conhecimento de mundo, formar verdadeiramente um cidadão capaz de ser feliz!
Não vou dizer aqui que seja uma tarefa fácil, muito pelo contrário, só quem está na sala de aula sabe dizer.
Contudo, eu trato minha profissão como uma verdadeira vocação e um ato de caridade ao próximo. Por isso, não vejo como uma obrigação, mas como uma maneira de nos tornarmos cada vez melhores ajudando os outros a serem melhores.
Nossa, já escrevi muito... hehehe...
A última coisinha: A minha vocação me tornou a pessoa feliz que sou hoje!



Um comentário:

  1. Elaine,
    como é bom ler um memorial como o seu, com tanta certeza do que quer e como fazê-lo. Na educação, nem sempre o retorno é rápido, às vezes demora muito para aparecer, mas quando há o empenho e dedicação, o professor faz muita diferença! Continue acreditando e contagiando as pessoas ao seu redor!
    Abraços
    Angelita

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